segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Libertação

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Crise

Enquanto ela morria, eu ia dormir.
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Não lembro dos meus sonhos. Alguém me ensina a ter inspiração?
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Ando aceitando posts de encomenda. Diga o tema e em até dois dias haverá um post criado especialmente para você!

Leonardo Levis Ltda., em mais um empreendimento bem sucedido.

escrito ao som de "espera da telefonista do Detran"

domingo, fevereiro 27, 2005

Enquete

Qual dos espetaculares empreendimentos Leonardo Levis Ltda. conseguiu a proeza de ser mais bem sucedido?

a) O imperdível Blog do Nada, com seus dois visitantes por dia - eu incluso.
b) A fantástica Rádio Levis, cujo auge foi de um ouvinte - obrigado a sintonizar na estação, tal qual os comentaristas desse tão querido blog - por dia, nos primeiros dias. Depois, nem isso.
c) A sensacional comunidade no Orkut "Tã nã nã ou Blá blá blá", com a qual Leonardo Levis pretendia ser creditado como gênio absoluto mas que nunca passou do número de 14 membros - obrigados a entrar, tal qual os ouvintes da Rádio Levis e os comentaristas desse tão querido blog.
d) O brilhante programa da Unitevê, que Leonardo Levis se propôs a fazer na expectativa de ganhar créditos fáceis e virar uma celebridade. O resultado? Por falta de equipe, de trabalho e de saco, a idéia nunca saiu do papel e rendeu ao senhor Leonardo Levis um zero no meio do c.r.

Como se vê, uma eleição nada fácil...

P.S: O Programa da Unitevê continua precisando ser feito...se alguém se dispuser a participar e reverter esse resultado...

escrito ao som de Os Mutantes - Technicolor

sábado, fevereiro 26, 2005

O filme das frases de efeito

É incrível como em pouco tempo o senso crítico de uma pessoa pode mudar. Quando assisti Histórias Proibidas, de Todd Solondz, no cinema faz uns 3 anos, havia tido uma impressão altamente favorável do filme. A primeira parte, para mim, era muito boa, e a segunda guardava momentos interessantes, apesar de irregular. Dia desses, porém, revi no Telecine e o mínimo que pude pensar foi “como alguém pode gostar dessa porra?!”. Porque o filme nada mais é do que um diretor que se diverte imaginando “como eu posso fazer desse personagem o mais escroto, o mais babaca, o mais merdinha possível?”. E assim ele acha que destila “verdades” sobre negros, moradores do subúrbio, pseudo-intelectuais, etc. etc. etc. quando o máximo que consegue fazer é uma obra falsa e patética. E a cada ação grotesca que um personagem é obrigado a cometer pela varinha mágica de Solondz, tudo que se consegue imaginar é “quando isso vai acabar?”. Eu, que tinha achado ao sair do cinema ter visto uma obra de força e coragem grandes, hoje percebo que, por trás da fachada de transgressor, se escondia um diretor covarde a ponto de não querer investigar além de qualquer frase de efeito. E hoje em dia, acredito, eu já não me contento com elas.

P.S: Desculpem-me pelo post de má qualidade literária. Eu tinha pensado em uma boa frase curta para este sábado mas, de tão curta, a esqueci.

escrito ao som de Hermeto Pascoal - Festa dos Deuses

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Surf's Up

E quando o sol chegou, ela percebeu que ainda estava triste.

escrito ao som de The Beatles - Abbey Road

O Brinco

A menina de 10 anos viu um brinco na loja e pediu pra mãe. A mãe, pobre, trabalhadora, sofrida, não tinha dinheiro. Mas a menina queria porque queria o brinco e pediu suplicou implorou de joelhos para a mãe. A mãe pensou com carinho no pedido da filha, mas era pobre, trabalhadora, sofrida, com um marido ausente e imprestável, e todo o salário ia direto para botar comida no prato da filha e dos outros cinco e olhe-lá, e disse: - Não. A menina chorou forte e gritou alto, mas a mãe disse: - Não. E pronto.

A menina de 10 anos esperta esperta foi então pedir pro namorado. O namorado, pobre, trabalhador, sofrido, não tinha dinheiro. Mas a menina queria porque queria porque queria o brinco e pediu mandou ordenou que o namorado comprasse o brinco pra ela. O namorado pensou com o coração apertado no pedido da menina, mas era pobre, trabalhador, sofrido, entregador de jornal nas horas vagas e todo o salário ia direto pra ajudar a mãe a botar comida no prato dele e dos outros cinco e olhe-lá, e disse: - Não. A menina chorou forte e gritou alto, mas o menino disse: - Não. E a menina terminou o namoro.

A menina de 10 anos chateada chateada estava em sua casa quando o menino a surpreendeu, suado, cansado e contente. Deu a ela o brinco e ganhou um beijo. Ela nada perguntou. Os dois ficaram felizes.

Dias depois, quando o namorado querido e adorado desapareceu para sempre, levado sabe-se-lá-por-quem sabe-se-lá-para-onde, a menina vestiu o brinco, abriu um largo sorriso e saiu rua afora. Sabia que fora por amor.

escrito ao som de The Beach Boys - Surf´s Up

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Viva o Chopp Escuro

Esse meu novo hábito diurno anda acabando comigo. Que p**** é essa de ir pra caminha onze da noite e acordar oito da matina? Ontem perdi O Abominável Doutor Phibes por causa disso...Falando em cinema, alguém sabe o nome e/ou tem a música do Jorge Ben sobre o casamento que toca na cena de – tchan! – casamento de Uma Nega Chamada Tereza? É genial... Aliás, preciso concretizar urgentemente minha homenagem à Tortura Selvagem.
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Sou mais Menina de Ouro que O Aviador - muito prejudicado por seis chopes antes do início da sessão. Minha torcida, entretanto, está pro Scorsese, sem a menor sombra de dúvidas. De qualquer forma, com uma briga dessas, da até gosto de ver o Oscar. Acho a disputa desse ano, aliás, uma tentativa de se recuperar do vexame do ano passado. Nada contra Senhor dos Anéis, mas existe coisa mais sem graça do que saber que ele iria ganhar todas as estatuetas da noite?
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Bons cds de funk/soul, nacionais ou internacionais, estou à procura. Sugestões?
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Continuando na seção musical, impossível ouvir Turtles e não ficar feliz. Principalmente se a música em questão foi Elenore. O mesmo efeito ocorre com This Beard is For Siobhán, do Devendra Banhart. “Good time, good time, good time, a real good time”. A verdade é que eu me amarro em canções que vão num crescendo e explodem. Levanto da cadeira, pulo, canto, danço pelo quarto, pareço até a galera do Odeon.
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“Viva o chopp escuro, no calor!” A razão de eu ter baixado um cd do Ronnie Von (!!!)
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Sorte no amor, azar no jogo. Porra, parece que quando um Ronaldo começa a jogar bem, o outro desaprende. De qualquer forma, só não me venham com Adriano, que eu retruco com Deco. Ok, peguei pesado dessa vez...
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Está faltando senso de humor nos meu posts. Será que estou triste?

escrito ao som de Caetano Veloso - Caetano Veloso (1971)

terça-feira, fevereiro 22, 2005

“Menina de Ouro” ou “Porque Agora eu Odeio as Maratonas do Odeon”

Sempre tive um caso de amor com a Maratona do Odeon. A idéia de passar a noite de sexta vendo filmes a preços mais que acessíveis, com outras pessoas que também estão lá pelo mesmo motivo, não pode ser mais apropriada. Teoricamente, para mim, a maratona é o que pode haver de mais próximo a uma comunhão hippie. Todos sentados e centrados na mesma coisa. Ainda por cima, o programa é no Odeon, caralho! Tudo bem que na maioria das vezes que eu fui, a primeira, depois a segunda, e por fim a terceira película se revelaram uma grande porcaria, mas e daí? Nem só de bons filmes é feito o mundo. Assim, entusiasmei-me ao saber que a última Maratona teria como pré-estréia o novo do Eastwood e, mesmo sem ninguém para ir com, parti para a Cinelândia na maior das boas vontades.

Chegando lá, a primeira das surpresas desagradáveis foi que, mesmo chegando 45 minutos antes do horário, peguei um dos últimos ingressos e tive de esperar 1 hora no meio da calçada. Mas tudo bem, o evento virou pop mesmo, legal. É sempre bom saber qu um grande contingente de pessoas desiste de qualquer outro programa possível para ver uns filminhos – muitas vezes, sem nem saber que filminhos são. Enfim, sentei-me na calçada e esperei, esperei, esperei...O evento merecia isso. Já meu humor decaía na mesma proporção que meu cansaço aumentava.

Entrando no cinema, bagunça, gritaria, desorganização total, e eu parecendo um velho ranzinza querendo apenas um bom lugar pra sentar. Enfim, faz-se o silêncio, a luz se apaga e eu imagino que todos – os ranzinzas e os animados, os solitários e os enturmados, os sensatos e os retardados – irão concentrar-se naquilo que realmente importa naquela festa toda: o filme. Inda mais que não era um filme qualquer... Primeiro minuto de sessão, iniciam-se os uivos, vaias, gritos, palmas, etc. etc. etc. Tudo bem novamente, cinema é a maior curtição! No entanto, enquanto o filme seguia seu caminho – e eu seguia o caminho do filme – tudo começou a ficar muito estranho e desagradável para mim.

Se existe algum filme intimista, pessoal, sincero, emocional e doloroso nos últimos tempos, este é Menina de Ouro. Vê-lo é como tomar um soco no estômago – para ficar na óbvia metáfora do mundo do boxe. E enquanto eu me acabava no cinema, pensando que não teria a menor condição de assistir ao Massacre da Serra Elétrica depois daquilo, as pessoas seguiam tranqüilas sua rotina festiva, rindo forçadamente, batendo palmas exibicionisticamente, gritando disfarçadamente “estou aqui e estou me divertindo pra caralho!”. Será que estavam assistindo ao mesmo filme que eu? Será que estavam assistindo a algum filme? E quando Million Dolar Baby acaba, eu, nocauteado – ó metáforas sutis! -, querendo me afogar na cadeira, e o público se levantando normalmente, conversando animadamente, como se aquela experiência tivesse sido totalmente nula. Se tivessem visto Zezinho no País dos Tobogãs a reação teria sido, absolutamente, a mesma.

Sei que não posso cobrar de ninguém que tenha a mesma emoção que eu, mas, cacete, será que eu não posso pedir que as pessoas que decidem sair de casa numa sexta à noite para ir ao cinema estejam dispostas a ver os filmes? Se não, por que não ir dançar, ou ir prum bar, ou fazer qualquer coisa? E enquanto as pessoas gritavam na tentativa de impor seu filme preferido para a sessão seguinte – como se houvesse alguma diferença – eu, puto e destroçado, abandonei o cinema e fui para o meio da calçada remoer minhas emoções. Lá, entre pedras e mendigos solitários, pelo menos, eu podia me sentir mais bem acompanhado.

escrito ao som de The Kinks - Lola Versus Powerman and The Moneygoround

Pergunta Idiota do Dia

Quantas vezes irei abrir automaticamente o IE, totalmente detonado, mesmo com o Firefox zerinho do outro lado da tela?

Começar de Novo

E cá estou com a intenção de retornar a meu malfadado blog. Desta vez, mesmo com o número de leitores por dia permanecendo na altíssima média antiga – para que conste, 2, incluindo este que vos (?) escreve -, tentarei atualizar diariamente. Pelo menos assim estarei fazendo algo, senão produtivo, interessante com meu tempo livre. Tá lendo, Leonardo Levis? Pode me cobrar!

E o Blog do Nada volta a escrever seu espaço na história da Internet. Um ponto-e-vírgula, que seja!

escrito ao som de Bob Dylan - Highway 61 Revisited