quarta-feira, março 30, 2005

I'm sad, but so what...everybody is

'o mundo é mau com todo mundo é mau com todo mundo é mau com todo mundo é mau com todo mundo é mau...'

repito a frase como um mantra, na esperança de que meu plano em pause mude de lugar.

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um antigo professor de filosofia que tive uma vez admitiu que gostava de jazz, mas se sentia mal em ouvir, pois não entendia. achei engraçada a declaração, mas discordei na época. nada importa na arte além do prazer que ela naturalmente proporciona, acreditava. a verdade, porém, é que volta e meia me vejo na mesma situação. hoje, ao ver as exposições do ccbb - por sinal, gostei de todas e recomendo - senti uma falta tremenda de saber um pouco mais de história da arte, principalmente no caso do tápes - acho que é assim que se escreve -. porque, mais do que gostar ou não, eu não entendo aquilo ali, o processo de criação, os objetivos, a estrutura, tudo. eu simplesmente não entendo. me sinto, de certa forma, incapaz de emitir uma opinião. o mesmo ocorre em todas as vertentes da arte pós-moderna - poesia concretista, por exemplo. é muito mais complexo do que dizer se eu acho bom ou não, eu simplesmente não sei o que achar. me falta base, me falta entendimento. e, querendo ser artista, eu me pergunto, como posso presumir que sei do que fala godard ou maya deren ou mesmo spielberg se até hoje não aprendi a ler e.e. cummings ou ouvir john cage. toda a arte participa do mesmo processo, e estou alheio a ele. claro, meu talento e instinto podem me salvar. mas eu gostaria de entende-los. ah, e todo o post foi apenas pra dizer que, dentro da minha ignorancia, o soto é um genio. e ponto.

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ando pensando se reformular meu conto do último post não é uma boa. tirar a explicação do porque 'ela' foge do hospital. a vantagem é que ele ficaria mais aberto e subentendido. a desvantagem é que poderia ficar subentendido de mais, e o fim parecer uma criança brincando de fazer um término oposto ao esperado sem razão nenhuma. enfim...se alguém le o blog eu gostaria da opinião sobre o assunto. e, se possível, bem argumentada. é de uma obra de arte - ou perto disso - que estamos falando, porra.

escrito ao som de Wilco - A Ghost Is Born

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