quarta-feira, janeiro 11, 2006

Romantismo

Estou com uma poesia no Cortiça, site de contos, poemas e outra literatices mais capitaneado pelo Nix e pela Bruna. Para quem quiser ler, este é o endereço. Espero que todos curtam.

terça-feira, janeiro 03, 2006

metapoética

tem
po
tem
po
tem
po
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po
tem

po
em
t

sexta-feira, dezembro 16, 2005

viagem

nada que não
seja

vivo
viu a
vulva

mico
move

(gelo
pára)

nada
nada
nadador

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bem, se eu nao surtar no meio do caminho, este blog só volta ao ar ano que vem. aos que continuam a le-lo (mesmo que de 25 em 25 dias), boas comemoracoes e aquele papo de praxe. eu escreveria algo mais decente, mas tenho de ir tomar um uísque 2010 anos. em 2006 to de volta.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

25 dias

Lembrou-se, em dado momento, de que sabia sorrir. Repousou então a caneta, jogou o papel no lixo, vestiu uma roupa qualquer e saiu de casa, sem direção. Porque a arte – todos bem sabem – a arte é dos infelizes.

sábado, novembro 05, 2005

receita de felicidade

jogue-se do último
andar do maior
arranha-céu
da cidade

e espere
um milagre

quarta-feira, novembro 02, 2005

wish upon a star

alguém
que divida

a cama
a colcha
os sonhos

e um pedaço
de bolo,
se sobrar.

sábado, outubro 29, 2005

lírica


uma clave de

em meu peito

que até chegar em
sol
desafina
o sujeito

sexta-feira, outubro 28, 2005

pequenos pensamentos do dia

se o referendo do não ganhou de lavada pelo motivo mais absurdo, conservador e reacionário do mundo - a liberdade individual de portar armas, isto é, a liberdade individual de matar alguém - por que não utilizar este mesmo pensamento para um fim muito mais útil e inofensivo: a liberdade individual de consumir drogas? afinal, se nos permitem sair por aí atirando nas pessoas - ou se pelo menos nos dão essa possibilidade - permitir que consumamos qualquer espécie de droga no conforto individual de nossos lares não parece algo tão absurdo. ah, e para os que votaram não para a probição de armas com o argumento de que aumentaria o tráfico, pensem bem, nós acabaríamos com um tráfico inteiro! acho que às vezes más votações podem trazer bons resultados. se bem que...não, não podem.

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crash, de paul haggis, chegou aos cinemas e o bonequinho do globo - como esperado - dá cotação máxima. não duvido nada que chegue ao oscar, estando entre os cinco tanto em roteiro como em direção. no imdb, é o 56º melhor filme de todos os tempos. certas horas eu me pergunto: "por que não resolvi fazer faculdade de engenharia?"

por sinal, há crítica minha do filme no planosergioleone. é só ir com o cursor do mouse tudo pra baixo. divirtam-se.

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espero, inerte, a hora em que meu mundo se limite a uma cadeira e um computador. já não compro discos e estou a um passo de deixar de alugar dvds. não que eu ache isso legal, apenas sei que é um caminho irreversível. um hd espaçoso e uma máquina potente: não há droga mais poderosa inventada pelo homem.

será que existe algum grupo de auto-ajuda estilo neo-nerds anônimos? bom dia, meu nome é leonardo levis e eu não consumo computador há quinze dias. clapclapclap. ontem, inclusive, andei de bicicleta e fui à praia! clapclapclap. e a orientadora, vendo minha cor, me olha com a cara emburrada de eu sei que você está mentindo. bem, se tiver, tô dentro.

mas desde que seja por msn...

escrito ao som de the fiery furnaces - blueberry boat

terça-feira, outubro 25, 2005

a outra

depois de mais uma madrugada insone, triste, sozinha; de passar pelos canais de televisão esperando que algum trouxesse qualquer espécie de remédio; de sentir o corpo se afogando, sem volta, na cama, no chão, na parede, o corpo se afogando e desaparecendo pelo quarto inteiro; de pensar em cortar os pulsos, tomar remédios, se tacar pela janela; de começar a escrever uma carta de adeus, dessa vez definitiva, diferente de ontem, ou anteontem, ou das milhões de outras cartas; depois de socar o próprio peito algumas vezes esperando que batesse mais forte, ou mais devagar, ou mesmo parasse de bater – mas que não batesse mais por ela, por favor – ele decidiu. não bateria.

quando, nos dias, e meses, seguintes, a encontrava, virava os olhos, se escondia. quando ela vinha lhe cumprimentar, balbuciava algo de incompreensível, e fugia. quando rolava – às vezes rolava – de reconhecerem-se em algum bar, sentava no canto oposto das mesas, e sofria. e de sofrer muito, sofrer incomensuravelmente, sofrer simplesmente – que a palavra sofrer já basta -, de sofrer foi vivendo. até que, em uma manhã de chuva, manhã como todas as outras manhãs o são, ele acordou sorridente. e, então, ao se encontrarem, ele disse oi, ela disse oi, ele disse tenho que ir, e foi.

antes de chegar em casa, com a alma, e a cabeça, e o corpo descansados, com a vida em ordem e as coisas no lugar, decidiu tomar uma cerveja, sozinho, enfim sozinho, para comemorar. foi quando viu uma outra, qualquer outra, outra outra, uma nova outra passar.

quarta-feira, outubro 19, 2005

na matinê

são dois ombros

um nu
outro

outro
num

são
(antes de tudo)

dois ombros

before de beginning
do mundo

dois ombros

(e depois de tudo)
duas almas

não,
tira,

dois ombros mesmo

porque de apenas
dois ombros

simplesmente
dois ombros

tão somente
dois ombros

se faz poesia